quarta-feira, 8 de abril de 2009

Kurt e minhas Lembranças

Coloquei para ouvir o acústico do Nirvana na Internet. O CD eu perdi a algum tempo atrás, mas com a Internet nem faz mais falta. Você deve estar pensando que já que eu estou ouvindo Nirvana vou escrever algo sobre morte. Mas não. Nem sei se vou escrever algo. Me perdi um pouco nas lembranças.

Eu costumava ouvir nirvana na adolescência e tenho boas lembranças da adolescência. Lembro de um churrasco em que eu ainda comia carne e bebia. Uma pena alguém ter esquecido a carne no freezer e nos comemos uma carne meio congelada. Mas ouvimos muito o Nevermind e eu até acho que dancei um pouco feito um grunge louco quando estava bêbado.
Semana passada eu fui a um churrasco com uma turma que nem é a minha. Um pessoal super legal, animados, mas que teimavam em ouvir esse sertanejo pop atual ou funk. Que falta você faz, Kurt.

Mas quando penso em Nirvana também lembro de uma menina da sétima série. Eu era um cara fechado e tímido. Era feliz, mas fechado e tímido. E quando você é um adolescente, cheio de espinhas, feio, fechado e tímido, você sempre encontra alguém na sua classe para ser seu modelo, seu exemplo. E tinha essa menina super descolada que entendia tudo de música. Tudo bem, talvez ela só conhecesse um pouco de música, mas para um rapaz como eu, que só conhecia The Doors e umas porcarias de MTV, aquilo era o máximo. E essa menina vivia indo para o colégio com uma ou outra camisa do Nirvana, falava do quanto o Kurt fazia falta na vida dela e do quanto sua carta de suicídio significava para ela. Talvez além de fechado e tímido eu fosse um pouco tapado porque aquela menina significava um monte para mim, com suas camisas do Nirvana e uma carta de suicídio na mão.

Essa menina me lembra de outra menina que não conheci, talvez porque não existiu. É uma personagem de um livro do Hornby que era louca pelo Kurt Cobain. Tem um guri no livro que idolatra ela (como eu idolatrava minha amiga) e que tenta esconder ao máximo a morte do Kurt. Só que ele não consegue, ela já sabia de tudo e saiu quebrando a vidraça de uma loja de CD´s que estava, aparentemente, usando da imagem dele para se promover.

O que me chateia é que na época dessas lembranças eu lembro que se falava em quatro, cinco anos sem Kurt Cobain. Hoje fazem quinze que ele se matou. Quem morreu também foram minhas lembranças. Os amigos de uma época que me marcou mais pela falta do que pelo excesso delas. Só restam algumas imagens perdidas em uma trilha sonora grunge.

2 comentários:

Anônimo disse...

Muito Boooooooom guri!!!

Anônimo disse...

quinze anos é muito tempo mesmo. estamos ficando puta velhos. mas o nevermind continua sendo um dos meus melhores amigos.